Quem era Hossein Salami, o chefe da Guarda Revolucionária iraniana morto em ataque de Israel
Agência BBC

Quem era Hossein Salami, o chefe da Guarda Revolucionária iraniana morto em ataque de Israel

Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica
Getty Images
Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica, morreu na operação lançada por Israel, segundo a mídia estatal iraniana

Hossein Salami, comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), é provavelmente o líder do Irã de maior escalão eliminado nos ataques israelenses desta sexta-feira (13/06) no horário local, noite de quinta no Brasil.

Meios estatais de Teerã confirmaram a morte de Salami em um dos múltiplos ataques aéreos que Israel realizou em território iraniano.

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Salami ingressou na Guarda Revolucionária em 1980, durante o início da guerra entre Irã e Iraque.

À medida que subia nas fileiras militares, ganhou popularidade por sua retórica contundente contra os Estados Unidos e seus aliados.

Desde a década de 2000, ele tem sido alvo de sanções do Conselho de Segurança da ONU e dos Estados Unidos devido à sua participação nos programas nucleares e militares do Irã.

Ele era o chefe da Guarda Revolucionária quando o Irã lançou, em 2024, seu primeiro ataque militar direto contra Israel, enviando mais de 300 drones e mísseis.

Diante do aumento das tensões com Israel nos últimos dias, Salami declarou na quinta-feira que o Irã estava "totalmente preparado para qualquer cenário, situação e circunstância".

"O inimigo acredita que pode lutar contra o Irã da mesma maneira que luta contra os palestinos indefesos que estão sob o cerco israelense", afirmou, em referência ao conflito em Gaza.

E sentenciou: "Temos experiência e estamos calejados na guerra".

Soldados da Guarda Revolucionária
AFP
Guarda Revolucionária, criada há 40 anos, tem laços com líder supremo do Irã e outras figuras políticas

Por que a Guarda Revolucionária é estratégica

O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) foi criado há 40 anos para defender o sistema islâmico do país, instalado pela revolução iraniana de 1979, e atuar como um contrapeso às forças armadas regulares.

Desde então, tornou-se uma força militar, política e econômica significativa no Irã, mantendo estreitos laços com o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, e outras figuras importantes.

Tido como um Exército paralelo, estima-se que o IRGC tenha mais de 190.000 militares ativos, com forças terrestres, navais e aéreas, além de ter a prerrogativa de supervisionar as armas estratégicas do Irã.

O grupo também controla a Força de Resistência Basij, uma unidade paramilitar que ajudou a reprimir a dissidência interna, e os poderosos bonyads, fundações de caridade que gerenciam uma parte considerável da economia.

O IRGC exerce influência em outras partes do Oriente Médio ao fornecer dinheiro, armas, tecnologia, treinamento e orientação a governos aliados e grupos armados por meio de sua unidade de operações externas, a Força Quds.

Os EUA acusam a Força Quds de apoiar organizações terroristas e de ser responsável por ataques no Iraque e em outras regiões do Oriente Médio, que resultaram na morte de centenas de militares americanos e aliados.

Em 3 de janeiro de 2020, os EUA mataram o poderoso comandante da Força Quds, general Qasem Soleimani, em um ataque de drone em Bagdá.

O Departamento de Defesa afirmou que ele havia orquestrado um ataque com foguetes no Iraque que matou um contratante americano e estava "desenvolvendo ativamente planos para atacar" diplomatas e tropas dos EUA na região.

Na época, o aiatolá Khamenei pediu "vingança severa", aumentando os temores de um grande conflito.

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